O Mais esperto dos papagaios
Acha que já viu papagaios inteligentes? Acha que aqueles que você viu chegam ao pé desse?
Alex, o papagaio cinza africano que morreu dia 10 de setembro de 2007, ainda é uma incógnita científica. Parecia inteligente. Sabia contar, reconhecia os algarismos de 1 a 9.
Apresentasse a ele continhas: duas verdes, três azuis, quatro vermelhas e o perguntasse em inglês que cor menor, Alex responderia Verde.
Pareceu reconhecer duplas de letras que formavam determinados fonemas. Certa vez, ao não ser premiado após responder uma pergunta, respondeu à segunda e reclamou: Quero noz.
Ganhou sua noz.
Doutras vezes, irritava-se, não respondia. Em um dos últimos testes que sua treinadora fez, ela perguntou qual era a cor do 3 para Alex.
Havia três contas verdes. Quatro vermelhas. Outros tantos conjuntos doutras cores. Cinco, dizia Alex. A treinadora insistiu na pergunta. Cinco, ele respondia, sem fazer sentido. Não havia cinco contas de cor alguma. que cor cinco a moça decidiu perguntar intrigada.
None, disse Alex. Nenhum.
Teria compreendido o significado de zero? É um conceito ali do lado do infinito, sofisticado, complexo. Que é saber, afinal? E que é conhecer? Compreender? Uma das coisas que, compreendidas, nos faz humanos é esta abstração de entender o nada. A ausência.
Em seu simpático obituário de Alex, no New York Times, George Johnson, repórter especial de ciências, pondera a respeito do que Alex entendia de fato, aos 31 anos, à beira da morte. Será que ele entendia o zero, será que naquele pássaro havia uma mente ativa – será que compreendia a ausência de sua morte iminente?
Há uma pergunta mais profunda, aí: não sabemos de fato o quão distantes estamos das outras espécies.
Não sabemos com absoluta certeza se a metafísica nos faz únicos.
Uma breve comparação entre um cérebro humano com um cérebro de um papagaio:
Lembrando que o tamanho verdadeiro do cérebro do papagaio é aquele quadradinho pequeno ao lado noroeste (cima - esquerda) do cérebro humano.
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